WordPress - Escolha fácil, mas nem sempre o melhor caminho

Entenda o porque criar sites no WordPress pode ser ruim para a sua empresa

A algum tempo atrás precisamos usar WordPress para fazer o site de um cliente. Deu tudo certo e entregamos sem maiores problemas. Mas poderia ter sido muito pior e vou tentar ilustrar os motivos neste artigo. E vou fazer isso mostrando as coisas boas também, obviamente.

A plataforma

WordPress é uma plataforma de blogs feita em PHP criada em 2003 (isso mesmo, 11 anos atrás). Usado mundialmente, muitos blogueiros famosos – pra não dizer a maioria deles – usa WordPress como plataforma preferida. Existem, claro, alguns motivos pra isso: Facilidade de personalização, variedade de themes e plug-ins, sem falar do baixo custo e o fato de estar no mercado por muito tempo.

Personalização

Uma de suas grandes qualidades é o nível de personalização oferecido. Qualquer pessoa com algum tempo de imersão pode criar um theme para WordPress, desde que tenha algum conhecimento sobre HTML, CSS e PHP.

Variedade de themes e plug-ins

Existem diversos themesplug-ins para WordPress pela internet – grátis ou pagos. Muitos desses themes alteram completamente o layout do blog, fazendo com que ele se pareça até com um grande site de notícias. Muitos desses themes, inclusive, tem plug-ins específicos para eles, agregando valor aos themes. Aliás, os plug-ins são um show à parte.

Baixo custo

Existe um motivo pra isso: Diversas empresas tem planos baratos pra sites criados em PHP pois o combo PHP / MySQL é instalado em um servidor Linux, que não exige pagamento de licença. Aliás, nem mesmo o MySQL precisa de licença pra ser instalado. É importante também mencionar que o custo das ferramentas de desenvolvimentos são baixos justamente por muita coisa ser barata ou de graça no mundo Linux.

Como você pôde ver WordPress é uma plataforma relativamente boa e barata. Mas, como toda plataforma, ela sofre problemas relacionados a ideia que as pessoas tem do seu uso.

Os problemas

É muito comum ver empresas optando por usar WordPress achando que isso vai acelerar o desenvolvimento de seus projetos. Isso pode ser verdade inicialmente, dada a base de conhecimento que se tem no mercado hoje. O problema está no custo de manutenção.

Explico.

Quando o projeto é feito do zero a empresa tem controle total sobre o código-fonte, o que significa que a base de conhecimento do software é alta. Isso faz com que o os desenvolvedores já saibam onde está o problema e como resolver assim que recebem o ticket do suporte. Quando se usa componentes de terceiros (plug-ins, por exemplo) o desenvolvedor está assumindo um risco: Se o plugin parar de funcionar, ele precisa dar um jeito de consertar. O cliente não quer saber se o plugin não é atualizado desde 2005. Ele quer o projeto funcionando.

Outra coisa que encarece a manutenção é o fato de os desenvolvedores optarem por WordPress sem ter um conhecimento aprofundado da plataforma. Logo, mesmo sem usar componentes de terceiros ele pode ter problemas com coisas simples como Custom Types e WP_Query, entre outros. Isso sem dúvida pode afetar a performance do site, fazendo com que o cliente perca dinheiro no fim do dia.

E cliente nenhum quer perder dinheiro.

Na melhor das hipóteses o cliente nunca vai pedir alterações e o site feito em WordPress só vai ficar devagar, se comparado com um site feito usando ASP.NET. Digo isso pois como WordPress é feito em PHP, que é uma linguagem interpretada, o servidor precisa “ler” o PHP a cada execução. No caso de um site feito em ASP.NET, que é compilado, só a primeira execução do primeiro usuário vai demorar. As outras serão mais rápidas.

Na minha humilde opinião o arquiteto responsável pelo projeto deveria escolher a solução que se encaixe melhor com a necessidade do cliente, salvo quando o cliente exige alguma solução específica. No meu caso, sempre procuro explicar ao cliente os prós e contras de determinada solução, caso a mesma seja imposta por ele. As vezes funciona, as vezes não. Eu acredito que existem soluções melhores e mais seguras do que WordPress até para blogs. Mas eu não hesitaria em recomendá-lo se ele encaixasse direitinho no escopo do cliente.